quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Que tipo de aula é a sua? O ensino geográfico em sala de aula.


 estudante estressado - fonte:www.renatoalves.com.br
 Como ensinar geografia sem cair nos lugares comuns das "decorebas" de nomes de países, capitais, fatos históricos etc?



Ainda me lembro das aulas de geografia no ensino fundamental II em escola pública.




Seu madruga dando aula. 

- Professora entra em sala com um livro grosso em mãos, alunos apreensivos.

- Se põe em frente ao quadro negro e começa a escrever: matéria de prova. Rio São Francisco e todos os seus afluentes tanto da margem esquerda quanto da direita, Alunos em pânico total!!



Vale a pena lembrar que o "velho Chico" passa por Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas, e é alimentado por 168 afluentes!!


Será que você conseguiria adivinhar o que caiu na prova?

Bingo!!

Por quais estados passa o rio São Francisco? Cite oito afluentes do "Velho Chico" sendo quatro da margem direita e outros quatro da esquerda. 

Caso lamentável, mas essa metodologia de ensino ainda é muito presente no nosso sistema de ensino público e privado.

Reflexão - fonte:pt.slideshare.net


Para que o ensino seja efetivado sem  recair nos lugares comuns da "decoreba", onde o aluno não compreende o que está sendo ensinado, e para passar de ano tenta decorar o conteúdo. É preciso uma reavaliação das práticas e metodologias pedagógicas utilizadas pelos profissionais da educação. Se faz necessário investir em práticas inovadoras, objetivas, criativas e que valorizem o trabalho coletivo. Contudo, para que essa prática pedagógica seja de fato transformadora e efetiva, é indispensável que o professor reflita sobre os seus princípios, concepções e valores como ser humano. E responda para si mesmo: Como vejo meu aluno? como me posiciono diante das experiências que a vida lhe proporciona? O que penso do papel e da posição que ele ocupa no mundo? Qual o significado do conteúdo que apresento para ele? Como conciliar o que vou ensinar com o que o aluno já sabe ou venha a aprender? Educar para transformação, para o consumismo ou para a autonomia de pensamento e atitudes?

 O aluno ao entra na escola traz consigo conhecimentos prévios formados por suas experiências diárias junto a seus familiares e amigos, ou ainda através do seu contato com os meios de comunicação como a televisão, rádio, internet e outros. Tais conceitos nem sempre expressam a realidade, podendo ser uma opinião sobre o assunto.

 O professor precisar se utilizar desse conhecimento prévio do aluno, para assim, facilitar a compreensão das exposições teóricas de conteúdos; incentivar a participação ativa dos alunos em sala de aula e a socialização de experiências e ideias em aula; construir o que Paulo Freire chama de ambiente de dialogicidade, onde o aluno é livre para agir e refletir sobre a ação pedagógica realizada.

resumo - fonte:slideplayer.com.br
Cavalcanti (2005)com base em Vygotsky,  propõe um ensino de geografia que considere a internalização dos conteúdos como um processo de reconstrução interna, intrassubjetiva, de uma operação externa com objetos que o homem entra em interação. Com isso ela afirma que para se alcançar uma aprendizagem significativa, é preciso que o conteúdo que é interpessoal se torne intrapessoal. Propõem um ensino que faça relação com o cotidiano do aluno. 

aula em formato roda de cultura - fonte:www.escoladegente.org.br
A adaptação do ambiente escolar é importante, já que os alunos inicialmente sentem-se constrangidos em expressar suas ideias. Por isso, o professor deve conquistá-los deixando-os livres para se expressar e nunca lhe respondendo que sua participação ou ideia está errada (mesmo que esteja), pois isso pode inibi-los e ele não participará em outras ocasiões, como também inibirá seus colegas que não participarão com suas idéias por medo de errar.

O educador deve instigar o aluno a mostrar o que já sabe, procurando identificar o que ainda precisa saber. A avaliação da aprendizagem precisa ser um processo contínuo, diagnóstico, dialético, integrante e integrador das relações de ensino e aprendizagem. Onde o erro deve ser compreendido como diagnóstico para compreender e agir sobre o conhecimento, e desse ponto repensar metodologias, didáticas, atitudes e práticas pedagógicas. E o acerto, sinal de possibilidades de superação dos saberes apropriados para novos conhecimentos.

As dicas de leitura sobre o tema abordado são: O artigo publicado no congresso da Unimonte (Universidade Estadual de Montes Claros) pela professora Fernanda Cristina Rodrigues de Souza, RELAÇÃO ENTRE O ENSINO DA GEOGRAFIA E O COTIDIANO DOS ALUNOS DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA ESTADUAL JOSÉ NATALINO BOAVENTURA LEITE, PIRAPORA (MG). e o Artigo da professora doutora Lana Souza Cavalcanti, COTIDIANO, MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO DE CONCEITOS: UMA CONTRIBUIÇÃO DE VYGOTSKY AO ENSINO DE GEOGRAFIA.




 O objetivo deste blog é suscitar o debate e enriquecer a discussão sobre a ciência geografia em seus diversos aspectos que se relaciona ao cotidiano. Participe enviando comentários e questionamentos.




E lembre-se: Conhecimento preso, só em biblioteca. Compartilhe!

















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