estudante estressado - fonte:www.renatoalves.com.br |
Como ensinar geografia sem cair nos lugares comuns das "decorebas" de nomes de países, capitais, fatos históricos etc? |
Ainda me lembro das aulas de geografia no ensino fundamental II em escola pública.
- Se põe em frente ao quadro negro e começa a escrever: matéria de prova. Rio São Francisco e todos os seus afluentes tanto da margem esquerda quanto da direita, Alunos em pânico total!!
Vale a pena lembrar que o "velho Chico" passa por Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas, e é alimentado por 168 afluentes!!
Será que você conseguiria adivinhar o que caiu na prova?
Bingo!!
Por quais estados passa o rio São Francisco? Cite oito afluentes do "Velho Chico" sendo quatro da margem direita e outros quatro da esquerda.
Caso lamentável, mas essa metodologia de ensino ainda é muito presente no nosso sistema de ensino público e privado.
Reflexão - fonte: |
Para que o ensino seja efetivado sem recair nos lugares comuns da "decoreba", onde o aluno não compreende o que está sendo ensinado, e para passar de ano tenta decorar o conteúdo. É preciso uma reavaliação das práticas e metodologias pedagógicas utilizadas pelos profissionais da educação. Se faz necessário investir em práticas inovadoras, objetivas, criativas e que valorizem o trabalho coletivo. Contudo, para que essa prática pedagógica seja de fato transformadora e efetiva, é indispensável que o professor reflita sobre os seus princípios, concepções e valores como ser humano. E responda para si mesmo: Como vejo meu aluno? como me posiciono diante das experiências que a vida lhe proporciona? O que penso do papel e da posição que ele ocupa no mundo? Qual o significado do conteúdo que apresento para ele? Como conciliar o que vou ensinar com o que o aluno já sabe ou venha a aprender? Educar para transformação, para o consumismo ou para a autonomia de pensamento e atitudes?
O aluno ao entra na escola traz consigo conhecimentos prévios formados por suas experiências diárias junto a seus familiares e amigos, ou ainda através do seu contato com os meios de comunicação como a televisão, rádio, internet e outros. Tais conceitos nem sempre expressam a realidade, podendo ser uma opinião sobre o assunto.
O professor precisar se utilizar desse conhecimento prévio do aluno, para assim, facilitar a compreensão das exposições teóricas de conteúdos; incentivar a participação ativa dos alunos em sala de aula e a socialização de experiências e ideias em aula; construir o que Paulo Freire chama de ambiente de dialogicidade, onde o aluno é livre para agir e refletir sobre a ação pedagógica realizada.
resumo - fonte: |
aula em formato roda de cultura - fonte: |
A adaptação do ambiente escolar é importante, já que os alunos inicialmente sentem-se constrangidos em expressar suas ideias. Por isso, o professor deve conquistá-los deixando-os livres para se expressar e nunca lhe respondendo que sua participação ou ideia está errada (mesmo que esteja), pois isso pode inibi-los e ele não participará em outras ocasiões, como também inibirá seus colegas que não participarão com suas idéias por medo de errar.
O educador deve instigar o aluno a mostrar o que já sabe, procurando identificar o que ainda precisa saber. A avaliação da aprendizagem precisa ser um processo contínuo, diagnóstico, dialético, integrante e integrador das relações de ensino e aprendizagem. Onde o erro deve ser compreendido como diagnóstico para compreender e agir sobre o conhecimento, e desse ponto repensar metodologias, didáticas, atitudes e práticas pedagógicas. E o acerto, sinal de possibilidades de superação dos saberes apropriados para novos conhecimentos.
O objetivo deste blog é suscitar o debate e enriquecer a discussão sobre a ciência geografia em seus diversos aspectos que se relaciona ao cotidiano. Participe enviando comentários e questionamentos.
E lembre-se: Conhecimento preso, só em biblioteca. Compartilhe!
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