segunda-feira, 4 de abril de 2016

Geografia da população Parte ll

       Olá, como vai o seu estudo sobre a Geografia da população? É uma matéria, densa e complexa que muitas das vezes assusta quando se fala em porcentagens, gráficos e diagramas. E por causa desses aspectos muitos a acham desinteressante e não a estudam.

      Um dos nossos objetivos é desmistificar o estuda da Geografia da população, mostrando a sua relevância, e que o estudo sistematizado dessa disciplina amplia a compreensão do espaço geográfico.

       Essa postagem dá continuação ao nosso primeiro encontro sobre esse tema. Caso ainda não tenha lido, acesse-o antes no link: Geografia da População Parte l para se inteirar sobre a discussão e depois retorne aqui.

       Nessa postagem vamos nos ater mais detalhadamente em como a população se torna um objeto e um discurso que interessa a diversas esferas da sociedade, transformando-se em campos teóricos que explicam e projetam o comportamento das pessoas, idealizando a sua dinâmica. Para isso, é necessário viajar um pouco no tempo.

A População no Tempo

          Estudar população com base nos aspectos antes mencionados ( Geografia da População Parte l) é fundamental para se entender como as pessoas vivem e organizam o seu espaço e qual o perfil social, econômico e cultural que apresentam. As preocupações relativas a quantos são,  quem são e como vivem. Os habitantes do planeta não são recentes. No decorrer dos séculos, as visões sobre a dinâmica populacional foram sendo alteradas em função do próprio desenvolvimento da humanidade.

       Adentrado pelos caminhos tortuosos da História, podemos encontrar diversos registros que tratam de questões voltadas para a dinâmica populacional. Entre esses registros, estão os escritos bíblicos onde se encontram indicações de estímulo a fecundidade, caraterizadas pela expressão "sede férteis e multiplicai-vos", e também muitas citações que tratam dos movimentos migratórios dos povos bíblicos. Exemplo; a saída dos hebreus do Egito para o local onde hoje é Israel.

Mapa antigo de Israel. fonte:https://www.antiquemaps.com/uk/mzoom/27097.jpg
          Podemos perceber que nos escritos mais antigos já aparecem discursos em que os termos fecundidade, mortalidade e migração são verbalizados para dar sentido à dinâmica dos povos pelo espaço.

    Antigos filósofos chineses reconheceram a noção de "distribuição ótima da população" através da movimentação de indivíduos de terras superpovoadas para outras subpovoadas; eles eram favoráveis ao aumento da população por meio do casamento e procriação.

     Os filósofos gregos Platão (427 a. C - 347 a.C) e Aristóteles (348 a.C - 222 a.C) defendiam a necessidade de otimizar o tamanho da população e da terra ( no sentido de território), para que a defesa e a segurança pudessem ser maximizados, os recursos pudessem ser adequados para o povo e o governo pudesse utilizá-los de forma eficiente. Nesse sentido, eles consideravam que o tamanho da população e a sua distribuição eram elementos fundamentais à concretização de seus ideais a  cerca da "Cidade-Estado".  

    Para Platão, o problema da superpopulação deveria ser solucionado com a prática do controle de nascimentos e de políticas de colonização, enquanto o subpovoamento seria revertido através  do incentivo ao aumento da taxa de nascimentos e da migração. Já os romanos, em plena fase de conquista de terras (Império Romano), eram amplamente favoráveis ao crescimento da população visando à disponibilidade de homens para ocupar e manter as áreas conquistadas.

      No período medieval, os líderes religiosos hebreus, cristãos e muçulmanos, assim como os escritores, estimularam a expansão populacional. Nesse período, tem-se a constituição da sociedade feudal, que tem no feudo a sua unidade básica de produção. Na organização espacial do feudo existia a moradia do senhor feudal e sua família, a vila ou aldeia habitada pelos servos e as terras onde se produziam as mercadorias necessárias à subsistência da população. A maior parte da sociedade feudal era formada por servos, trabalhadores semilivres que não tinham a propriedade da terra. No feudalismo, as possibilidades de mudança de grupo social eram restritas.

A agricultura, como essa representação de uma plantação de trigo no Egito Antigo, contribuiu para um novo impulso demográfico. Fonte:http://operamundi.uol.com.br/media/images/Egito%20Antigo%20-%20planta%C3%A7%C3%A3o%20de%20trigo.jpg

Pesquisar e Refletir  

Faça uma pesquisa e leia sobre os fatos que marcaram a decadência do sistema feudal,com ênfase no conflito que se estabeleceu entre a Igreja e o Estado. Compartilhe as suas impressões da pesquisa nos comentários.

      Podemos perceber que a preocupação com a população não é recente; os aspectos que envolvem a dinâmica populacional, isto é, seu crescimento e mobilidade, são alvos da reflexão de estudiosos desde épocas remotas. Na base dessas análises subentende-se a relação entre a população e o espaço.

Agora assista ao vídeo que nos mostra como era o sistema feudal. "Preste bastante atenção na relação entre população e espaço".

Muito bem pessoal, por hora paramos por aqui, mas breve em postagens futuras continuaremos nossa discussão entorno do tema  " a população no tempo". Bons estudos, e não deixe de participar. Colabore, deixe as suas impressões sobre o tema nos comentários.

E lembre-se: Conhecimento preso, só em biblioteca. Compartilhe!

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