quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Conceitos da Geografia: Região


Mulher com acne no rosto. Fonte:http://dicaspoderosas.com.br/wp-content/uploads/2015/05/dicas-para-prevenir-a-pele-oleosa1.jpg


   Certamente você já ouviu ou até mesmo usou a expressão: estou com dor nos olhos, nas pernas, nas costas etc.



    Quando alguma coisa acontece em nosso corpo, uma espinha, por exemplo. Procuramos indicar ao médico, da melhor maneira possível, onde ela está. Não é?



     Se alguém disser ao médico "estou com uma espinha no corpo", é óbvio que ele perguntará em qual parte? Ou seja, ele precisa saber em qual região está, se é das costas, do rosto, dos braços etc.


    A geografia ao estudar os fenômenos geográficos também divide o espaço em regiões para melhor identificá-los e compreendê-los.



   Em geral, denominamos de regiões as áreas delimitadas de acordo com particularidades que as diferenciam entre si e com outras.

por exemplo, região serrana e região praieira.

Teresópolis,RJ.Brasil. Região serrana. Fonte:https://c1.staticflickr.com/1/377/19705425500_447a0159c9_b.jpg 

A Enseada Azul, região das praias capixabas mais bonitas.
Enseada Azul,ES. Brasil. Região praieira.
 Fonte: http://muitaviagem.com.br/wp-content/uploads/2013/12/620x330xbacutia-peracanga-guarapari-es-620x330.jpg.pagespeed.ic.z7bqV9AZDh.jpg


Observe os exemplos a seguir:
Divisão hidrográfica do Brasil. Fonte:http://www.riosvivos.org.br/arquivos/site_noticias_102240429.jpg


Divisão política do Brasil. Fonte:http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/upload/conteudo_legenda/c118361b003fff302eeb9004586476ea.jpg


   Você pode perceber que os dois mapas não dividem o território nacional da mesma forma, pois num o fenômeno que se quer observar é o hídrico (fontes de água no território), por isso a regionalização do território foi feita assim. No outro, divisão política do Brasil, o fenômeno em destaque é político.



 Portanto, uma região pode ser definida em termos ambientais, econômicos, históricos, paisagísticos, culturais, políticos entre muitos outros.



Assista agora ao vídeo do telecurso 2000, trabalhando as regiões, que nos mostrará algumas novidades sobre o conceito região.




   Para ampliarmos ainda mais o nosso entendimento sobre o conceito, indicamos a leitura do capítulo: O Conceito de Região e Sua Discussão, do livro: Geografia: conceitos e temas.

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quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

PESQUISA DE OPINIÃO: Quais músicas?

Olá pessoal! Espero que estejam curtindo as postagens e os materiais disponíveis.  O objetivo do nosso blog é popularizar os saberes geográficos, com a finalidade de ajudar a construir uma sociedade mais consciente de suas atitudes em relação ao meio ambiente e ao próprio meio social.

Ler é bom demais, e acompanhado de uma bela música é melhor ainda!


Acreditamos que uma boa música é capaz de criar um ambiente agradável e prazeroso a leitura. Sendo assim, gostaríamos de opiniões sobre músicas para tocarem aqui no nosso blog. Compreendemos que os gostos por estilos musicais são variados, por isso, abrimos essa enquete para saber de você, companheiro da Geografia do Dia a Dia, quais são as músicas que proporcionariam ao blog aquele ambiente agradável para leitura e reflexão.

Deixe nos comentários as suas dicas musicais. Pois, em fevereiro faremos o balanceamento das opiniões, e as mais pedidas entrarão para o repertório de músicas de ambientação do blog.

Tudo aqui é construído a partir do feedback de vocês. Então, não deixe de comentar, curtir, colaborar com temas interessantes, material para reflexão, opiniões etc. Para que possamos ampliar o alcance do saber geográfico, e assim chegar ao nosso objetivo que é tornar acessível a todos os conhecimentos da Geografia. Forte abraço!

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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Conceitos da Geografia: Lugar

     

   Comumente usamos o vocábulo "lugar" e "local" como se fossem sinônimos, mas não são. Para a geografia, a ideia de local relaciona-se a uma noção de cartografia, ao sentido de apontar um determinado ponto no espaço onde se encontra algo ou alguém. Por outro lado, o conceito de lugar, que possui uma localização no espaço, contém o local, mas vai muito além dele. O lugar é culturalmente definido, já o local é uma qualidade incidental do lugar, definida pela cartografia (Relph, 1976).

 O local é uma qualidade incidental do lugar, definida pela cartografia. Fonte:http://www.innovationwebgroups.com/img/blog/local-seo-services_1.jpg.pagespeed.ce_.uIMsk9LOWh.jpg



    Na Geografia particularmente, a expressão lugar constitui-se em um dos seus conceitos-chave. Ele surgiu como reação ao positivismo que promovia a dissociação homem – meio. É estudado por duas principais correntes: geografia humanística (fenomenológica) e geografia radical (adota ideias marxistas).




Definições sobre geografia humanística. Fonte:http://image.slidesharecdn.com/geografiahumanstica-teoriaemtodoemgeografia-130831113609-phpapp02/95/geografia-humanstica-teoria-e-mtodo-em-geografia-2-638.jpg?cb=1377950349




Definições sobre  geografia radical. Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKxulpjwplD3V7lObK_ciqS9BOh3lCQ1ZQuaiwGUwtpCRUhPrlDG3LWwzalV3ZTyJcHg8YuTDaEEhMaRiF1EUkAUnRB_XVBK31F4xmk80b-LVh2xKTGzYuhvQChLoNjUDY4wj1AJAq3k_9/s320/Slide4.JPG





Lugar na visão humanista


     É o lugar, principalmente, um produto da experiência humana. Tuan (1975) define lugar como sendo o centro de significados construído pela experiência. Pois é carregado de sensações emotivas principalmente porque nos sentimos protegidos e seguros, afirma Mello (1990). Entretanto, essa relação de afetividade que os indivíduos desenvolvem com o lugar só ocorre em virtude de estes só se voltarem para ele munidos de interesses pré- determinados, isto é, dotados de uma intencionalidade.



Os lugares são construídos por intencionalidades. Fonte:http://images.slideplayer.com.br/1/294688/slides/slide_44.jpg




Os limites do lugar 

    Normalmente não são dotados de limites reconhecíveis no mundo concreto. Por ser uma construção subjetiva e ao mesmo tempo tão familiarizada as práticas do cotidiano que as próprias pessoas envolvidas com o lugar não o percebem como tal. O senso de valor do lugar se faz sensível quando há uma ameaça ao lugar, como a demolição de um monumento considerado importante, por exemplo.



Demolição do antigo prédio da fábrica da Brahma na Praça Onze. Fonte:http://www.sambaepaixao.com/teste/wp-content/uploads/2011/08/demoli%C3%A7%C3%A3o-e1312916023855.jpg



Percepção homem-meio


      Relph (1976) desenvolveu duas classes de percepção dialética Homem-meio: insider (ótica do habitante do lugar) e outsider (ótica de um habitante externo ao lugar). Neste contexto, o lugar é considerado contido no espaço, onde a sua percepção variaria entre a visão do morador e a do estrangeiro ao lugar. Ele também criou o neologismo “deslugar” (placelessness) para designar as formas estandardizadas, por exemplo, os conjuntos habitacionais e alguns estabelecimentos de “comida rápida” ( fast food).




Barraca de "fast food" McDonald. Fonte:  https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/ef/McDonald's-shanghai.JPG


Atitudes autênticas e inautênticas em relação ao lugar



      São denominadas atitudes autênticas aquelas em que o indivíduo tem plena consciência do teor ideológico embutido nas formas que constroem o lugar. Por outro lado, uma atitude inautêntica caracteriza uma visão alienada do lugar e a relação Homem-mundo vivida não seria plena. Exemplos dessa experiência seriam as relações mantidas entre os indivíduos e as formas universalizadas dos shopping-centers, por exemplo.




Lugar na visão marxista (ou da geografia radical)


    O lugar é tido como produto de uma dinâmica que é única, ou seja, resultante de características históricas e culturais próprias ao seu processo de formação, quanto como uma expressão da globalidade. A origem desta percepção encontra-se intimamente relacionada ao processo de expansão do modo capitalista de produção.

      Assim como as contradições internas é a principal razão de existência do capitalismo, o lugar seria o reflexo dessa ambiguidade;centro/periferia,globalização(homogeneização)/fragmentação.



MPC: modo de produção capitalista. Fonte:http://images.slideplayer.com.br/11/3139444/slides/slide_41.jpg


    Os lugares são o mundo e reproduzem este mundo de modos individuais e diversificados. São formas singulares da totalidade-mundo. Estes lugares têm deste modo, um papel de relevante importância ao propiciarem um espaço vivido "que permite, ao mesmo tempo, a reavaliação das heranças e a indaga-ção sobre o presente e o futuro" (SANTOS, 2000: 114).



Barraca da Coca-Cola na Índia. Fonte:



  Em um mundo que se encontra dominado, em grande medida, pelo estágio avançado da chamada “globalização”, em que “todos os lugares ficam vulneráveis à influência direta do mundo mais amplo” (Harvey, 2003, p. 221), o conceito de lugar se apresenta com um grande potencial para conseguirmos “aprender a lidar com um avassalador sentido de compressão dos nossos mundos espacial e temporal” (Idem, p. 219).O processo de globalização ampliaria, portanto, a participação de atores extra-locais na construção de lugares.




     Podemos afirmar,então, que  o conceito “lugar” pode nos valer de ferramenta de entendimento para a compreensão dos laços afetivos que ligam as pessoas a uma determinada porção do espaço, bem como interpretar as conexões advindas da globalização que se refletem nas formas espaciais e econômicas, que influenciam, e até modificam as formas de ser e vivenciar das pessoas no espaço geográfico afetivo, isto é, no lugar.







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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Conceitos da Geografia: Paisagem Geográfica


   Segundo o senso comum, paisagem é a porção visível do espaço, assim como as suas representações, em fotografias, pinturas, filmes etc. No entanto, para a ciência geográfica, esse conceito é mais amplo e complexo. A paisagem é entendida como o reflexo da organização espacial em uma determinada escala de tempo. 

Observe as paisagens representadas pelas figuras abaixo:


Figura 3 Praia de Copacabana, Rio de Janeiro, em 1950. Fonte:http://www.fotoblogrio.com/wp-content/uploads/2011/02/ATT000221717.jpg

Figura 4 Praia de Copacabana, Rio de janeiro, em 2015. Fonte :https://www.google.com.br/maps/@-22.9716705, 43.1841537,3a,75y,230.4h,93.32t/data=!3m6!1e1!3m4!1swq4VS8_iM5o3UwnstuvK0w!2e0!7i13312!8i6656


Você observou como a paisagem se transformou entre uma data e a outra?


  Para perceber a paisagem, não usamos apenas a visão, mas todos os cinco sentidos, a saber, visão, audição, olfato, tato e paladar. Eles nos auxiliam a identificar os elementos formadores da paisagem geográfica.

Elementos formadores da paisagem geográfica

  Ao olharmos novamente para as figuras anteriores veremos que elas apresentam elementos de ordem natural, ou seja, não foram construídos pela humanidade, o ar, o mar, a pressão atmosférica o calor do sol etc., e elementos de ordem cultural, isto é, foram produzidos e/ou modificados pelo trabalho humano, os veículos, os edifícios, a calçada, as leis de trânsito etc. É a organização, relação e dinâmica desses elementos no espaço que classificará a paisagem em natural ou cultural, e essa última, em rural ou urbana.


“o domínio do visível – a expressão visível de um espaço -, o domínio do aparente, de tudo que nossa visão alcança; o domínio do que é vivido diretamente com nosso corpo, com nossos sentidos – visão, audição, tato, olfato, paladar; ou seja, trata-se da dimensão das formas que expressam o movimento da sociedade. A observação e a compreensão dessas formas servem para dar caminhos de análises do espaço [...] Pela observação dos objetos da paisagem – observação que subjetiva e seletiva -, percebem-se as ações sociais, as testemunhas de ações passadas, de distintos tempos”.  Apud Oliveira et al., 2001 (CAVALCANTI, 2008, p. 51-52).



Paisagem natural

  É a paisagem que mantém preservada a sua estrutura original sem nenhuma interferência humana. Por exemplo, as grandes geleiras da Antártida. Contudo, esse conceito é questionável, pois, atualmente, os ambientes que não sofrem a ação direta do homem, são atingidos pelas ações indiretas, tais como a poluição do ar através da queima do carbono que colabora no aumento do efeito estufa.



Paisagem cultural


 É a paisagem natural modificada pela ação antrópica(humana). Dizendo de outra maneira, é a paisagem que expressa às atividades humanas. Os grandes centros urbanos são exemplos da atuação do trabalho humano no meio natural em favor de seus interesses. A paisagem Cultural, também chamada de “antrópica” pode ser classificada em duas categorias, a saber, paisagem cultural urbana e paisagem cultural rural.


Figura 4 Centro comercial. Exemplo de paisagem cultural. Fonte: http://perlbal.hi-pi.com/blog-images/778802/gd/130227687162/Paisagens-Culturais.jpg

  Chamamos de paisagem cultural urbana aquela que tem como característica principal o estilo de vida acelerado, voltado para o consumo e comercialização. Apresenta estruturas que dão suportes a esse estilo de vida. Podemos citar como exemplos, os grandes centros comerciais, as avenidas, as ruas asfaltadas, os edifícios comerciais, os prédios residenciais, etc., Também está associada à forma de produção dos setores secundários (indústrias) e terciários (bancos, comércio, escolas etc.).

   A Paisagem cultural rural tem como característica um estilo de vida voltado para a produção no setor primário (extração, ou produção de matéria prima), principalmente, para as atividades agropecuárias. Por haver essa dependência direta dos elementos da natureza para economia, a vegetação e os animais são predominância nessa paisagem. Além disso, essa característica se reflete na estrutura e forma das residências, fazendas, sítios etc., e também reflete nas leis trabalhistas rurais.


   O trabalho rural possui normas especificas que regulariza a sua prática. No link (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5889.htmterá acesso às normas reguladoras do trabalho rural.

  Entender o espaço geográfico e a paisagem geográfica é ter “em mãos poderosas ferramentas” para compreender o grau de intensidade que há na relação entre a natureza e a sociedade e suas tecnologias. É também, desvendar como os elementos foram se integrando e se relacionando ao longo do tempo, no qual a sociedade faz uso de acordo com o poder econômico ou de acordo com a sua cultura para transformar os elementos naturais em sociais; Cria em nós uma consciência cidadã, pois passamos a nos ver como parte integrante do todo; Refletimos mais e melhor sobre a nossa ação no espaço geográfico. 

  Estudar geografia é sempre muito prazeroso, divertido e interessante, porque podemos compreender mais afundo o nosso “lar”, o espaço geográfico.  




Referências bibliográficas

CAVALCANTI, Lana de Sousa. Geografia, Escola e Construção de Conhecimento. 10ª ed. Campinas, São Paulo: Papirus, 2007.

CORRÊA, Roberto Lobato. O espaço geográfico: algumas considerações. In: SANTOS, Milton (Org.). Novos rumos da Geografia brasileira. São Paulo: Hucitec, 1982.


Oliveira, et al. O Conceito de Paisagem na Construção do Conhecimento Geográfico. In: Associação dos Geógrafos Brasileiros, 14. Porto Alegre, 2010. Anais XIV Encontro Nacional dos Geógrafos. Crise, práxis e autonomia: espaço de resistência e de esperanças espaço de Diálogos e Práticas. Porto Alegre: AGB, de 25 a 31 de julho de 2010. p. 01- 09. PDF.

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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Conceitos da Geografia: O espaço Geográfico




   Chamamos de espaço geográfico o cenário onde ocorre a interação dos elementos naturais com os elementos culturais. Ou seja, Ele surgiu a partir do momento em que a humanidade começou a modificar os elementos da natureza através do seu trabalho, criando assim, uma natureza “artificial”; uma natureza voltada para satisfazer os interesses sociais.

  Dentre todos os elementos básicos que compõem o espaço geográfico, a saber, o meio ambiente, as infraestruturas, as instituições, as formas etc., O principal é o ser humano, pois é ele o interventor que transformará o espaço natural em espaço geográfico através da sua produção sobre a natureza.



Figura 1Agricultoras. O ser humano alterando a natureza conforme os seus interesses. Fonte: http://www.acreaovivo.com/imagens/image/Cantores_Agricultores2.jpg



“É a sociedade, isto é, o homem, que anima as formas espaciais, atribuindo-lhes um conteúdo, uma vida. Só a vida é passível desse processo infinito que vai do passado ao futuro, só ela tem o poder de tudo transformar amplamente. Tudo o que não retira sua significação desse comércio com o homem, é incapaz de um movimento próprio, não pode participar de nenhum movimento contraditório, de nenhuma dialética”. (Santos, 2006, p.70). 

O espaço é dinâmico

  A sua dinamicidade está no fato de sempre estar em transformação. Todas as mudanças nele alteram padrões ambientais, sociais e políticos. 

  Vejamos, como exemplo, os primeiros grupos humanos. Eles eram nômades e exploravam a natureza por meio da coleta de plantas, da caça e da pesca, a fim de saciarem as suas necessidades alimentares. Essas atividades não representavam para a natureza um grande perigo, pois os impactos ambientais eram recuperados, porque os nômades mudam com frequência de lugar. O que permitia ao meio ambiente repor o que foi retirado. Entretanto, após o surgimento da agricultura e da pecuária, aproximadamente há 10 mil anos, o homem tornou-se sedentário. Já Não precisava mais sair à caça e a coleta, com isso, passou a dispor de mais tempo para dedicar-se a outras atividades. Consequentemente, as sociedades ficaram cada vez mais complexas, e as demandas por alimentos, roupas, casas aumentaram exigindo muito mais da natureza. Concomitantemente, aumentou também o impacto humano no meio ambiente. 



  Na sociedade contemporânea, os impactos na natureza são imensos. Você já parou para imaginar quantos recursos da natureza são necessários para construir a folha de papel? E todo o processo pelo qual a matéria prima passa até virar a folha branca que conhecemos?

  Os produtos industrializados são uns dos muitos exemplos da ação do homem sobre a natureza. Assista ao vídeo sobre o processo de fabricação do papel.


 
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segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Passarinho, Que Som é Esse? A Geografia da Música

Personagens do seriado Castelo Rá-Tim-Bum. Fonte:http://1.bp.blogspot.com/


    Eu me lembro, quando criança, como ficava fissurado no seriado infanto-juvenil Castelo Rá-Tim-Bum que era exibido pela TV Cultura. Num determinado momento do programa tinha o quadro "Passarinho, que som é esse?" com os pássaros musicistas. O interessante desse quadro é que nos estimula a aprender mais sobre os instrumentos musicais e seus sons. Tanto que ao escutar uma música, não era na voz do cantor que eu prestava a atenção, mas, sim, nos instrumentos musicais, pois eu queria descobrir-los pelo ouvido. 


    Através da Geografia, pude aprender que a música, ou melhor a sonoridade é um dos elementos que compõem a paisagem geográfica. 

Mas, o que é paisagem?

    Segundo o renomado geógrafo Milton Santos, é "Tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons, etc. [...] A paisagem é um conjunto de formas heterogêneas, de idades diferentes, pedaços de tempos históricos representativos das diversas maneiras de produzir as coisas, de construir o espaço" (SANTOS, 2008, p.40).

Vamos exemplificar para entender melhor?

Com certeza, pois um exemplo, às vezes, é melhor que mil explicações.

    Observe atentamente a imagem a seguir e tente enumerar a maior quantidade de elementos que compõem a paisagem apresentada.

Cidade de São Paulo Fonte:http://www.portaldepaulinia.com.br/


    Repare nos meios de transporte e toda a sua aparelhagem, as pessoas, a vegetação, as fontes de energias (elétrica, solar, alimentar etc), a comercialização, toda a sinalização tanto a direcionada aos veículos quanto as direcionadas aos pedestres.


   Imagine o cheiro desse lugar com tantos veículos parados e ligados queimando combustíveis. Os perfumes e odores exalados pelas pessoas que se aglomeram na calçada e dentro dos veículos. a sensação térmica do ambiente, parece que está frio, não?

   A Paisagem também é formada por elementos de diferentes tempos históricos.Temos nessa paisagem diversos meios de trasporte: trem, ônibus, moto, carros de passeio, as pessoas andando a pé. Você acha que todos eles foram construídos ao mesmo tempo? Os primeiros trens chegaram ao Brasil no século XIX precisamente no ano de 1854; O primeiro carro a rodar no Brasil foi um Ford T 1908 de placas nº 1 de propriedade do Conde Francisco Matarazzo; Já A história da motocicleta no Brasil começa no início do século passado com a importação de muitas motos europeias e algumas de fabricação americana, juntamente com veículos similares como sidecar e triciclos com motores. Temos também pessoas de diversas idades, etnias, crenças etc reunidas nessa paisagem. 

   Há elementos tão comuns que às vezes nem damos importância. Por exemplo: a influência da pressão atmosférica, o clima, a fauna e a flora.

 Pense agora como deve ser os sons dessa paisagem. Engarrafamento, pessoas estressadas xingando, buzinas soando alto, pessoas reclamando sobre a demora para chegar ao trabalho, bebê chorando, o jovem que não tem fone de ouvido e decide escutar a sua música favorita na caixa de som mesmo etc.

   Se você pudesse escolher uma música para ser trilha sonora dessa paisagem, qual seria?
(escreva nos comentários!)

   Você já parou para prestar atenção na importância dos sons que caracterizam diferentes espaços como o urbano e rural, os naturais, como o canto dos pássaros ou o som do vento nas árvores, e os originados pelas atividades humanas, como o som de um engarrafamento, ou da confusão de vozes no meio de uma multidão? (Kong, 1995)

   A difusão da música na sociedade é extraordinária. Não existe uma sociedade em que não haja música. Ela está presente no cotidiano das pessoas, mesmo que servindo apenas como “trilha sonora” para atividades como o trabalho, as compras no supermercado, atividades esportivas, de lazer, cerimônias, rituais religiosos, etc. Ou seja, a música é capaz de transmitir “imagens” de um lugar, podendo servir como fonte primária para entender o caráter e a identidade dos lugares.

  Por meio da música as pessoas transmitem suas experiências ambientais, seja do cotidiano ou de um fato extraordinário. Ela traz em si discussões que envolvem noções como “espaço”, e “lugar”.




  As dicas de leitura sobre esse tema tão interessante são: SIGNIFICADOS DO CONCEITO DE PAISAGEM: UM DEBATE ATRAVÉS DA EPISTEMOLOGIA DA GEOGRAFIA, por Demian Garcia Castro - UERJ; ANÁLISE DO CONCEITO DE PAISAGEM NA CIÊNCIA GEOGRAFIA: REFLEXÕES PARA OS PROFESSORES DO ENSINO BÁSICO, por Ana Beatriz Câmara Maciel e Fábio Daniel Pereira Marinho; O LUGAR E O SOM: ESTUDO GEOGRÁFICO DA “MUSICA GUARANI” – REFLEXÕES A PARTIR DO ENSINO, por Anedmafger Mattos Fernandes.

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